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5. A relevância da Bíblia quanto aos conceitos de sexualidade, comportamento sexual e casamento (2)

Relevância

 

A inspiração divina e a sua consistência demandam do seguidor de Cristo que veja as Escrituras como Palavra eterna e autoridade de Deus para a humanidade.

A menos que alguém esteja disposto a afirmar que a Bíblia é simplesmente um produto das comunidades religiosas judaico-cristãs, e, portanto, não é divinamente inspirada, ou ainda, que Deus estivesse enganado quanto a tudo que revelou para os autores bíblicos, então, desse ponto de vista, as Escrituras, como uma mensagem de Deus, deverão ser tomadas como uma bagunça que contaminaram as épocas, em todos os momentos.

A resistência à relevância e à autoridade das Escrituras vem, em parte, de tensões percebidas das atuais crenças ou desejos da sociedade em cheque com as reivindicações da Bíblia.

Assim como a visão bíblica das origens que está em nítido contraste com algumas crenças e teorias da evolução materialista, semelhantemente, as normas bíblicas quanto ao casamente ou ao comportamento sexual também estão em fortes contrastes a uma série de valores e práticas contemporâneas.  

 

Tal tensão é ainda mais enfática especialmente quando se acredita que Deus projetou e instituiu o casamento para um propósito específico. Estes choques entre os valores contemporâneos e os bíblicos tendem levar alguns a concluírem que a sabedoria inspirada da antiguidade, no que tange às relações íntimas, não seja mais relevante para uma época pós-moderna.  

 

Considerando esses fatores, eu insisto que as ideias bíblicas sobre o comportamento sexual e relacionamentos românticos são extremamente relevantes. Vou ilustrar esta relevância através do levantamento de tais questões no livro de Gênesis.  

 

Os primeiros quatro capítulos do livro de Gênesis têm uma função fundamental quanto às questões filosóficas e teológicas acerca de Deus, do homem e da realidade da natureza quando são usadas nas outras partes das Escrituras.  

 

Além disso, pessoas e temas que desempenham um papel vital no resto da teologia bíblica são introduzidas ao logo da narrativa do livro. Por exemplo: Paulo constrói sua doutrina da justificação pela graça por meio da fé em Romanos, e até certo ponto na carta aos Gálatas, com base na história de Abraão. “Abraão crê no SENHOR, e isto lhe foi creditado como justiça” (Gên. 15:6, NIV).

Gênesis proporciona assim a base primária, fundamental para o argumento de Paulo. Além isso, a descrição de Paulo sobre o pecado como um dominador, poder, escravizador, ( Rom. 3:9; 5:12, etc.) parece-me estar enraizada no primeiro uso bíblico do termo “pecado” em Gênesis 4.  

 

Aqui o pecado jaz à porta, como um predador perseguindo Caim, que é chamado a ter o domínio sobre ele, e, portanto, descrito como uma potência predatória – um tema que Paulo usa extensivamente sobre estes exemplos. 

 

Assim, podemos, razoavelmente, esperar que o Gênesis também forneça uma introdução e o fundamento moral e teológico para temas que envolvem o romance, o casamento e a sexualidade.

Autor

José Cícero

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